sábado, 30 de maio de 2009

continuando....

- Pois é...

- Pois é... tem chovido...

- Acho estranha essa neblina. Muito densa. E este motorista que o rapaz ali da frente falou que trocaram... muito estranho, não percebi nada durante a viagem.

- É... a neblina deve ser por conta do horário, ou da altitude. Disse ela, nosso primeiro pronome, que a partir de agora chamaremos de Lívia. Apesar de este ser seu verdadeiro nome, achamos correto dar nome aos bois... ou às vacas.

- O rapaz ali da frente voltou um tanto quanto zangado da conversa com o motorista, não?

- É...

Lívia, nosso pronomegenito, era sim uma pessoa chata, de poucas palavras. Mas ela possuía suas razoes. Provavelmente, nós iremos saber quais são. Ou mais provavelmente o leitor irá descobrir quais são.

- Bom, vou ali conversar com o moço. Essa foi a última palavra de Marcos, que estava sentado ao lado de Lívia, antes de se dirigir à Paulo, o rapaz que estava logo à frente.

Peço atenção ao leitor para que fique atento aos nomes. Um autor uma vez disse que dentro de cada um existe algo sem nome, e que isto somos. O que estou dizendo é que, na verdade, o que somos está intimamente ligado ao que representamos. E a representação mais digna, não que seja real, é a de nossos rótulos. Assim, por mais que seja chato, e enfadonho para ser mais prolixo, temos que rotular nossos personagens. Nomes... sendo futilidade ou não, são coisas necessárias.

Marcos se levantou, e com dificuldades, devido aos solavancos e curvas da estrada, chegou próximo a Paulo. Este estava a olhar para a estrada. Não que a visse, o que era possível de se enxergar era o asfalto, a carcaça do ônibus, as linhas curvas que delimitavam o acostamento e a neblina. A neblina espessa, como se fosse uma nuvem intransponivel.

- Olá. Tudo bem?

- Bem.

- Vi que você foi conversar com o motorista. Mudaram de motorista no caminho e eu nem vi!!!! Então, como está a situação ali na ‘cabine de comando’?

- O filho da puta não quis conversar. Ficou olhando para mim, e pra frente. Como se desse pra enxergar algo, com essa porra de neblina do caralho na frente.

Ao lado uma mãe tampava os ouvidos de seu filho, que continuava quieto, porém prestando atenção em tudo e em todos.

- Mas ele não falou nada? Sobre mudanças no caminho ou sobre o porquê da mudança de motorista?

- Nada, o viado ficou lá, olhando para frente, de vez em quando olhando para mim e retornando para a direção. Estou puto com isso. Vou ligar para o 0800 quando chegarmos.

- Calma, temos quanto tempo de viagem? Umas 3 horas? Vamos parar daqui a pouco para esticar as pernas, e daí conversamos com o motorista. Pois então, você trabalha com o que?

- Trabalho com manutenção. Estava indo pra cidade desta merda de ônibus para consertar um aparelho, mas... estou vendo que não vai dar tempo. MERDA!

Marcos viu que a conversa com Paulo não levaria a lugar nenhum. E decidiu conversar com Paula, uma coincidência não tão coincidente.

sábado, 23 de maio de 2009

Viagem

Outra coisa q escrevi, faz tempo, e ainda tenho q terminar... mas acho q ta bacana tb. Isso é o começo, depois termino e posto aos poucos e tudo ao mesmo tempo. Pq isso sim vai ficar grande!

Ps.: coincidentemente ou nao, as coisas q escrevo sempre comecam com alguem acordando.

Viagem by Leo Diagonal

" Ela acordou com o senhor que estava ao seu lado pedindo licença, provavelmente para ir ao banheiro. Notou que ainda era dia, porém, com o nevoeiro denso que se encontrava do lado de fora era impossível ver qualquer coisa. As janelas estavam opacas para quem observava de dentro, tanto pelo nevoeiro quanto pelo fato dos vidros estarem embaçados. Ao retornar o senhor disse:

- Ola, acho que perdi o sono. Tudo bem com você?

Ela pensou consigo mesma “Vai começar a ladainha...” e respondeu:

- Sim, tudo bem. Também acho que perdi o sono.

- Estranho o ônibus não ter feito nenhuma parada ainda, não? Perguntou o senhor.

- Sinceramente não reparei, meu sono é pesado, se houve alguma parada não percebi.

- Teria percebido comigo pedindo passagem.

- É mesmo – respondeu a mulher num tom obviamente irônico – então não houve paradas.

- Desculpe te incomodar, vou tentar ficar quieto.

- Não se preocupe.

O homem se calou, mas ambos não conseguiram dormir. Estavam presos em seus pensamentos mais profundos, por motivos que ficaremos sabendo. No momento, basta descrevermos o ônibus em que se encontravam. Na direção se encontrava um senhor pequeno, sério, e calado. Este não pensava em nada, tinha apenas seu objetivo: levar as pessoas ao seus destinos. Os passageiros eram 8: a mulher e o homem citados anteriormente, ela solteira, de vida fácil e um tanto quanto ranzinza, ele casado, falante, engraçado e com saudade de seus dois filhos – ambos se encontravam no meio do ônibus, por assim dizer; logo ao lado deles estava um casal de idosos; duas fileiras à frente se encontrava um rapaz solteiro; ao lado dele uma mulher e sua criança; bem mais atrás se encontrava um outro homem, magro e pálido, com aspecto triste. Esta viagem é sobre a vida destas oito pessoas.

Ela olhou para o relógio, mas ele não estava funcionando.

- Malditas baterias, se o mesmo fosse de corda não haveria esse problema.

Perguntou as horas para o senhor, mas este não tinha relógio. “Viagem que não acaba, e ainda não paramos para esticar as pernas.” Pensou ela, já entediada. Viu que uma pequena agitação começava a aparecer no interior do ônibus, provavelmente pelo motivo da falta de paradas. A criança começava a resmungar quando o rapaz foi falar ao motorista. Alguns minutos depois ele voltou, pois mesmo sem relógios e maquinas podemos pensar no tempo passando, e talvez este seja o verdadeiro sentido de tempo... talvez. O rapaz então disse:

- É outro motorista. Fizemos uma parada rápida, não me lembro, estava dormindo. Este não conversa, apenas dirige. Muito estranho o caminho que ele esta seguindo, e o nevoeiro lá fora está muito, mas muito denso. Acho que o motorista pegou um caminho secundário, vou reclamar junto à empresa assim que chegar em casa.

Ela olhou de novo para fora, e o rapaz estava certo. O nevoeiro continuava La, deixando opaca a visão para o exterior. E assim os 8 passageiros permaneceram, todos acordados, durante trinta minutos. O leitor pode se perguntar como podemos medir a passagem de tempo neste caso, onde nenhum relógio está funcionando, e dai podemos perguntar: como você mede, ou sente, a passagem do tempo? Estes trinta minutos pareceram uma eternidade para todos os passageiros, e quando nenhum deles conseguia mais se conter, um dialogo começou."

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Present

The present is unwritten....

"You can spend your time alone, re-digesting past regrets,
Or you can come to terms and realize
You're the only one who can't forgive yourself,
Makes much more sense, to live in the present tense"

Cansado é pouco!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Mas ta bom demais!

bjo

sábado, 16 de maio de 2009

Face

Muito tempo que to com isso na cabeça. Escrevi e vou postar aqui. Num ta legaaaal nao, mas ta bao pra quem nunca fez! :D E ta grande! :S Beijos!

Face by Leo Diagonal

" Ao acordar, com a cabeça estourando – provavelmente ressaca por ter bebido muito vinho.... ele realmente acreditava que a bebida tinha efeitos afrodisíacos – ele sentou do lado direito da cama. Olhou para o lado e sua esposa estava lá, encoberta pelo edredom. “Nunca mais eu bebo!!!!!!!” pensou (um cínico este nosso personagem principal, o narrador tem que ser honesto). Levantou-se, muito devagar para que seus tímpanos não explodissem, e foi ao banheiro. Lavou o rosto, a face, com vergonha de olhar para o espelho. Tentou se lembrar do rosto de sua amada esposa, e a lembrança demorou a chegar... sim... isto foi o primeiro sinal. Escovou os dentes, ainda sem olhar para sua face – se olhasse sentiria vergonha: os olhos com uma coloração amarela e vermelha ao mesmo tempo, olheiras profundas, pele pálida e ressecada... típicas de quem está de ressaca, porém não era somente isso, sua superfície existia... ainda havia uma pessoa.

Foi à cozinha preparar seu café, antes de sair para o trabalho, mas antes, vestido apenas de cueca, foi ao encontro de sua esposa, a única pessoa que ele realmente amava, e lhe deu um beijo na testa. A mulher respondeu com um sorriso lindo, diga-se de passagem, puxando o edredom para perto de si, e um gemido como quem diz: “Hum, deixa eu dormir mais um pouco, amor da minha vida!” Ele sorriu e nesse momento acreditou que sim, o amor pode existir e existe. Acreditou que o ser humano, ele, podia confiar noutro incondicionalmente. E isto o alegrou.

Chegando à cozinha, ligou a TV para ‘ouvir’ o noticiário enquanto preparava o café. Escutou o presidente falando que o país iria sair da situação econômica crítica que se encontrava, que não haveria problemas. Pensou consigo: “Filho da puta, não tem vergonha nenhuma na cara!!!!” Ele não imaginava o quanto este pensamento, a princípio ingênuo, seria tão real.

Foi ao quarto, se vestiu e dando outro beijo em sua amada foi ao trabalho. De carro, observando os outdoors ficou pensando: “Quanta gente trabalha mal... todas as faces estão desfocadas!” Este seria o segundo sinal. Ingênuo nosso herói, como todos os outros heróis. Chegando ao serviço não notou nada de estranho, ele sempre desviava o olhar das pessoas. Porém, ao encontrar com sua secretária teve seu primeiro surto. O rosto, a face da mulher não somente se encontrava desfocada, mas totalmente desfigurada. Após o susto inicial, visível para todos que estavam ao redor, ele perguntou: “O que aconteceu com você? Quem te bateu? Vá ao médico AGORA!!!!!” Sem entender o porquê a secretaria perguntou: “Mas por que doutor? Estou normal, nada aconteceu comigo?” Ele entrou para seu escritório rapidamente, encharcado de suor, e baixou sua cabeça sobre os braços, pedindo para que ninguém o incomodasse.

Logo após sua entrada no escritório, sua secretária começou a falar com as outras pessoas: “Sim, ele é louco. Cumprimenta, é uma pessoa gentil. Mas não me dá aumento de salário e ainda por cima fica dando em cima de mim.” Caro leitor, veja bem, a secretária era uma pessoa um tanto quanto mais velha que nosso herói, cuja esposa era extremamente linda. A secretária apenas dizia que seu chefe a bulinava para ganhar ‘elogios’ dos outros funcionários. Mais duas pessoas tentaram entrar em seu escritório: seu subordinado direto – que tinha compromissos irremediáveis a respeito da empresa, e puxa-saco de mão cheia – e seu chefe, que ficou preocupado pela reação do subordinado e da secretária. Além disso, seu chefe era uma pessoa extremamente arrogante e mesquinha, o que deixava nosso herói, na maior parte das vezes, furioso.

Ele decidiu voltar para casa depois que todos foram embora... a ultima vez que olhou para o rosto, a face, de sua secretária ele teve ânsia de vômitos.... várias ânsias. Foi para casa, evitando olhar para os outdoors, pois eles pareciam sempre mais desfigurados. As pessoas nos carros, estas sim se aparentavam desfiguradas, com os rostos como se tivessem sido alterados num programa de computador. Apenas as crianças, a maior parte delas pelo menos, se aparentavam normais, com rostos, faces, de pessoas.... PESSOAS.

Chegando em casa hesitou em olhar para o rosto de sua esposa e aos prantos a abraçou. Ela sem entender tentou acalmá-lo, fazendo carinho e buscando um olhar para que compreendesse. Porém nada. E assim se passaram longuíssimos 5 minutos, com ambos chorando compulsivamente. Após sua esposa, sua mulher, implorar para que ele dissesse, ele olhou e viu: a mulher mais linda, o rosto mais lindo, a face mais linda, o corpo mais lindo, os seios mais lindos. Chorando e rindo ao mesmo tempo ele a beijou, como se fosse à primeira vez, um beijo longo, quente, apaixonado. E ali, onde estavam, eles se amaram.

A noite que se seguiu depois do êxtase de gozo de ambos foi tranqüila. Dormiram como pedra. Na manha seguinte, ele acordou como de costume, olhou para sua esposa, que se encontrava coberta pelo edredom. Pensou seriamente que o dia anterior teria um sonho – mas sabemos que não foi. Foi ao banheiro, e mesmo tendo a certeza que tivesse sonhado, vacilou ao olhar para o espelho. Olhou e lá estava ele, com um rosto muito melhor que o do dia anterior, uma pele boa – provavelmente devido ao sexo da noite anterior ele pensou. Neste dia não beijou sua esposa antes de preparar o café.

Tomou seu café como de costume, foi ao trabalho e novamente os outdoors estavam todos embaçados e desfigurados. Suando feito um porco devido à alucinação ele chegou ao trabalho e viu todos, sim todos, desfigurados. As faces horríveis, como que se despedaçassem da cabeça... a pele desfigurada, o nariz torto, se confundindo com o espaço onde antes devia estar a boca. No lugar da testa estava a boca... mas não uma boca normal, uma boca grande, com vários dentes, como se fosse a boca de um tubarão. Os cabelos estavam normais, apenas a feição estava diferente. Assustado e suando horrores, ele correu para sua sala, gritando para sua secretária – que apontava para ele e fazia gestos que ele estava louco – para não deixar ninguém entrar. Pediu dispensa do seu chefe, que muito a contragosto o deixou ir para casa. Sim, seu chefe também era uma pessoa escrota.

Chegando em sua casa, indo numa mistura de velocidades, olhou para sua esposa e sim: VIU UMA FACE! Gritou e chorou novamente, e ela, sempre cúmplice, chorou ao ver seu amado em tal situação. Ele pediu licença e foi tomar banho. Após um banho demorado, implorou que fosse deixado sozinho. Foi ver televisão, e o espanto nem foi o mesmo: todas as pessoas se encontravam desfiguradas. Tanto políticos, quanto pessoas entrevistadas da rua, quanto os apresentadores. E todas da mesma forma: o rosto completamente desfigurado, como que por alguma forma de manipulação da informática. Ficou sozinho, vendo TV, por três dias... e mais.

Sua esposa tentava fazer com que ele comesse, mas ele apenas pegava um biscoito aqui, outro acolá. Estava ‘entretido’ demais, vendo todos os canais de TV que podia ver, e comparando as faces. Todas estavam desfiguradas. Para ele, apenas dois rostos se encontravam normais: o dele e o de sua esposa. Sua amada esposa.

E assim nosso herói passou por três meses, isolado em sua sala de TV, vendo os programas... todos... insistindo que tudo aquilo era paranóia de sua cabeça. Ele tentou ir ao médico, que apenas lhe indicou medicamentos contra alucinações e calmantes, que de absolutamente nada serviram. Os psicólogos muito menos, não conseguiam explicação nenhuma para sua ‘paranóia’.

Seus amigos se afastaram, depois desses primeiros três meses mais nenhum aparecia, mesmo por que ao vê-los nosso herói os xingava e pedia, não ele não pedia... ele gritava e obrigava, que todos saíssem de sua casa, com seus rostos desfigurados. E nesses três meses ele concluiu algo: apenas uma pessoa merecia sua confiança, apenas uma pessoa era de respeito, apenas uma possuía caráter, apenas uma se preocupava realmente com o próximo, apenas uma (ou duas?) sentiam realmente o que era amar. Esta pessoa era a única que ele não via o rosto, a face, desfigurada: sua amada esposa. E isto fez com que ele amasse ainda mais ela.

Um ano se passou. Sua esposa... sim, sua amada esposa... após os 10 meses da ‘doença’ do marido, começou a se afastar, a se tornar uma pessoa triste e agoniada. E nosso herói ainda a via, e isso ainda alegrava os dois. Ou pelo menos era isso que ele pensava. Um belo dia, um ano após sua repentina ‘alucinação’, nosso herói decidiu passear, pois sua esposa, sua amada esposa, estava demorando muito tempo para trazer os mantimentos. Um atraso que havia começado há uns dois meses, tempo em que o rosto da esposa começava a se desfocar.

Andando pela vizinhança, evitando os vizinhos, e estes o evitando, ele observou sua esposa, no supermercado, abraçada com um homem. Mas ela não estava somente abraçada, pedindo ajuda, ou conselho, e o homem não a estava consolando pelo flagelo do amado marido. Eles estavam se beijando, se abraçando, se amando. O que mais nosso herói podia fazer a não ser chorar?

Voltando para casa, com todas estas exclamações na cabeça, nosso herói chegou à tenra, linda e singela conclusão. Foi ao banheiro, onde ele olhara a primeira face há um ano atrás, a sua própria face. Nas mãos uma faca, grande, afiada, pontiaguda. Olhou para seu rosto, para sua face. E sorriu... fincando a faca no peito. Menos uma face no mundo."

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Um pensamento aleatorio

As pessoas no mundo sao divididas em dois tipos: as otarias e as filhas da puta. Defina-se, pq eu ja te defini.