quinta-feira, 30 de junho de 2011

Esgoto

Por mim...

Esgoto


Para o esgoto eu vou, dizem que não sou nada
Vivo rumando, com meu destino conhecido
Mas antes de seguir esta jornada
Fui retirado, jogado, expurgado

Como a remela no olho pregada
Que se assemelha à lágrima
De um bêbado, uma pessoa drogada
Cuja alma só se vê renegada

Como o escarro do pulmão
Pleura, que purificaria o sangue
Do doente, da desgraça, da poluição
Das cidades, da humanidade

Como o cuspe que cai no bueiro
Limpando a boca, a garganta, o lábio
De um homem que é sujo, inteiro
De um ser que se julga sábio

Como o suor que escorre pela pele
Refrescando o desejo da derme
De quem peca, arrepende, despe
E se torna pior que um verme

Como o esperma que é derramado
Da luxúria, da vergonha, da maldição
De quem nunca foi amado
Quem nunca viverá uma paixão

Como o sangue que é desperdiçado
No amor, na paz, na guerra, no ódio
De quem vive e viverá amordaçado
Do ser humano, o filho pródigo

Para o esgoto eu vou
Do esgoto eu saí
Das piores entranhas
Urbanas, viscerais, humanas

sábado, 11 de junho de 2011

Utopia

Acho que me considero um sujeito utópico... isso me chateia, muito, as vezes. Dai recebi isso de uma amiga, que ja me escutou desabafando sobre isto algumas vezes.
Abraço,
L



UTOPIA
 
"Para que serve a utopia?
Ela está diante do horizonte
Me aproximo dois passos
e ela se afasta dois passos.
Caminho dez passos
e o horizonte corre dez passos mais à frente.
Por muito que eu caminhe
nunca a alcançarei.
Para que serve a utopia?
Serve para isso: para caminhar."
 
(Eduardo Galeano)