segunda-feira, 11 de abril de 2011

Esperando pela fada da motivação

Esperando pela fada da motivação
(adaptado livremente por Leo, de Nature – 7 de abril de 2011 – Vol. 472 – Autores: Hugh Keaners e Maria Gardiner)

É fácil desistir para a procrastinação*, mas os autores dão dicas de como tomar seu fôlego de volta.

Eu amo datas limite. Eu amo o barulho que elas fazem quando vão embora.” (Douglas Adams)

Se você está procurando condições ideais para procrastinar, conduzir um projeto de pesquisa (ou ficar esperando pela sua próxima prova “distante”) pode dá-las facilmente. Tais projetos tendem a ser grandes e demorar bastante tempo: completar um projeto de doutorado, por exemplo, demora quatro anos em média (concluir um curso de graduação leva o mesmo tempo em média... concluir um período leva quatro meses letivos de aulas). Datas limites, datas de provas e finais de tópicos são normalmente difusos e mal-definidos. Então temos o sistema de recompensa: você pode colocar muito esforço em pouco, ou nenhum, retorno positivo durante o caminho e a recompensa, se houver, demorará muito tempo para chegar. Adicione isto ao fato que cientistas, e estudantes, são normalmente perfeccionistas com relação às demandas, se não idealistas, e é de se notar que procrastinação é um assunto muito discutido em workshops e conferências. Muitos pesquisadores simplesmente dizem por garantido que eles estão à mercê das forças da procrastinação, destinados ao aumento de stress e ao alongamento das datas limite. Mas existem simples estratégias para fazer você se engajar. A primeira é reconhecer os padrões que você está inserido(a).

Algumas atividades de procrastinação são bem óbvias. Tem o cafezinho que se torna horário de almoço. Assistir vídeos no youtube e mandar para todos os seus amigos. Ou atualizar seu facebook/orkut enquanto deveria estar atualizando sua pesquisa ou seus estudos.

Mas muito da procrastinação é bastante sutil, e pode acabar misturando com trabalho produtivo. Por exemplo, você pode ficar horas procurando aquela referência, sendo que você tem mais do que pode realmente ler. Ou você começa um novo experimento ao invés de analisar o antigo. Ou checar seu e-mail. Ou ficar se estendendo num exercício ou problema que você já sabe como fazer, e já sabe a resposta, ao invés de passar para o próximo. Ou não focar seu estudo no que é obrigatório para se preocupar com assuntos além, ou aquém, da disciplina. Estas atividades podem parecer que a pessoa está fazendo algo produtivo, e com certeza está, mas não o que deveria estar fazendo agora!

Por exemplo, porque uma arrumação de casa ou do quarto, ou uma tarefa qualquer, é mais “divertida” quando você está trabalhando num artigo ou numa tese ou estudando pra uma prova? É uma atividade de descolamento, usada para dispensar a auto-reprovação ou o desconforto que sentimos quando não fazemos nada. Ver novela, ou tirar uma soneca, causa muita culpa. Mas você nunca, digamos, reorganizou os arquivos do seu computador para ficar mais simples encontrá-los? Vai aumentar sua velocidade de pesquisa, afinal de contas!

Apesar de todas estas atividades ou desculpas são aceitáveis, sua falha fatal é que quando você a termina você ainda não terminou seu artigo, escreveu sua dissertação, fez o experimento ou estudou para a prova. Você provavelmente irá ter um aumento neste sentimento de culpa, porque você não está tendo progresso nenhum no seu objetivo. Infelizmente, enquanto você está lendo e-mails ou fazendo tarefas de deslocamento, a fada da motivação não parou e fez esta tarefa difícil aparentar mais atraente. E isto é justamente como a motivação NÃO funciona.

Muita gente tem um desentendimento básico: pensamos que motivação leva a ação, ou mais simplesmente, quando você se sente fazendo algo, você vai e faz. Isto pode funcionar para coisas que você gosta de fazer, mas não é bom para tarefas grandes e com datas limite confusas (projeto, trabalhos, provas, etc.).

Algumas pesquisas de psicólogos sugerem que motivação leva a ação, que retorna levando a mais ação. Você tem que começar antes de se sentir preparado, assim você ficará motivado, e assim você irá tomar mais ações. Você já deve ter tido esta experiência. Você tenta fazer uma análise de dados por anos, séculos; eventualmente você decide fazê-lo e, uma vez que começa, você diz para si mesmo: “É, não parece tão difícil como pensei. Por quê não continuar agora que já estou fazendo?”

É claro, começar antes de se sentir motivado é difícil. Mas algumas estratégias podem ser tomadas para evitarmos as condições que levam à procrastinação em primeiro lugar.

Primeiro, projetos grandes e longos devem ser divididos em etapas. Não apenas etapas pequenas, mas etapas “minúscula”. Ao invés de dizer que você irá revisar o artigo inteiro (ou estudar a matéria toda) – que provavelmente será uma tarefa esmagadora – a etapa minúscula pode ser você estudar os comentários dos árbitros ou você fará uma ou duas mudanças (ou você pode estudar uma ou duas seções do capítulo). Segundo, você deve escolher uma hora ou uma data limite para cumprir esta etapa minúscula. Falar que você vai fazê-la depois ou amanhã não adianta – a data limite deve possuir uma “hora” anexada a ela. Terceiro, você deverá construir uma recompensa imediata. Se você conseguir ler os comentários dos árbitros ou revisar as duas pequenas partes (ou estudar as duas seções do capítulo) até, digamos, as 10 horas, você pode se permitir tomar um café, bater um papo ou uma breve troca de e-mails. Agindo assim é bastante provável que assim que você começar uma tarefa, sua motivação irá aumentar rapidamente e você se encontrará querendo ficar na tarefa um pouco mais de tempo.

Assim, se a fada da motivação não estiver passando pelo seu laboratório ou sua mesa ultimamente, talvez seja hora de você dar uma mãozinha para ela. Na próxima vez que você se achar em tarefas de deslocamento, se lembre que há sim uma maneira de fugir desse trabalho elusivo. Siga os três passos e veja sua motivação crescer.

*procrastinação: é o diferimento ou adiamento de uma ação.

domingo, 10 de abril de 2011

Violência e educação

Oi. Jóia?

Brasil:

Dezembro 2010:
- um professor é morto por seu estudante dentro da faculdade.
2011:
- professora é assaltada à mão armada na QUI/UFMG;
- sala de xerox da FARM/UFMG é assaltada também;
- estudantes de doutorado da FIS/UFMG são assaltados à mão armada dentro do ICEx/UFMG;
- professora é ameaçada de morte no ES e outra no sul do Brasil;
- 11 estudantes adolescentes são mortos, friamente, numa escola do RJ.

Enfim, casos de violência dentro de instituições de ensino estão acontecendo no brasil de forma crescente. Óbvio que isso me preocupa, sou professor, mas qual o impacto social disto, ou seja, de violência tamanha estar chegando à instituições de ensino?

Não vou aqui ficar tecendo teorias estúpidas e sem sentido da personalidade de um doido (pronto, acabou o assunto) lá do RJ, se ele era HIV+, se era homo, se era islã ou a PQP. Isto não importa pra mim, o que importa é que 11 "brasileirinhos e brasileirinhas" perderam sua vida esta semana de maneira estúpida.

O que eu quero questionar é (a pergunta custa a chegar, aguarde... vou contextualizá-la): violência existe, sempre existiu e sempre vai existir. Nós, "cidadãos normais, estudados e intelectualizados", normalmente tentamos passar longe de favelas e ambientes onde a violência está e existe. Para isto fazemos (vc pode até pensar que não, mas é fato) um exercício de cinismo e indiferença gigantesco. Sim, a parcela estudada, a tal da classe média, é cínica, hipócrita e indiferente. Agora a pergunta: qual o impacto social quando esta violência começa a efetivamente chegar em instituições de ensino?

Não tenho resposta pra isso, nem almejo ter,mas na minha cabeça quando isto acontece o assunto toma outro rumo, e é esta questão que quero plantar na cabeça de quem lê isto. Escola é lugar de ensinar, não de colocar medo. Crianças e adultos devem ir às escolas para aprender (no sentido mais amplo da palavra), não para "cumprir tabela", ficar com medo, e voltar pra casa. Medidas imediatas devem ser tomadas, e serão. Não apoio o uso de detector de metais em escolas, talvez uma melhor identificação baste. Não sei, ando pensando muito nisto.

O que nós, professores, estudantes, funcionários, cidadãos, brasileiros, podemos fazer para tentar melhorar este cenário triste? Esta resposta eu tenho: temos que continuar trabalhando, não gerando medo, não produzindo robôs, produzindo sim cabeças pensantes que saibam identificar e resolver problemas (nem falo de física, que são nossos menores problemas). Agora é a hora que cada professor(a) e cada estudante deve ensinar e aprender, uns com os outros.

Enfim, semana passada foi triste. Fiquei bem triste com os acontecidos. Lutarei até o fim de minha carreira para que minha sala de aula, e minha instituição, seja um ambiente crítico, democrático e pacífico.

Abraço, paz.

Leo

Ps.: não quero com este post responder nada, só quero pensar e colocar meus pensamentos para todo mundo ver. Não sei porque estão acontecendo tantos casos em escolas brasileiras. Não sei, mesmo. Só quero questionar, pensar, e continuar trabalhando pra fazer essa merda melhorar.

Cão

Oi. Jóia?

Ontem vi um filme, e já vou avisando que tô sensível e que pra eu virar viado só falta fornecer o brioco, e quase, quase chorei. Finalmente vi "Marley e  Eu" e decidi escrever sobre minha experiência com meu cãozinho.

Bartolomeu Souza, faz um ano hoje (mais ou menos) dia 10/04/11. Arrumei um cão, um bulldogue inglês, porque ano passado eu estava morando sozinho e resolvi ter companhia em casa. Não podia ter feito melhor. Estou com ele desde os 3 meses de idade, e te digo que desde então ele se tornou uma preocupação na minha cabeça. Mas não uma preocupação chata, tipo burocracia de serviço ou tentar pegar mulher numa noite e nunca conseguir. Meu cão me dá as melhores preocupações.

Morava com ele num apto, só nós dois. Lá ele não latia por nada, não incomodava ninguém, só a mim. Nunca foi de comer coisas de casa, como o tsha-tsha, mas acabou comendo uma porta inteira, acreditem. Mudei em janeiro pra uma casa, numa república, e aqui ele tem latido mais, mas está muito mais esperto, correndo, pulando loucamente e chorando infinito só de ouvir minha voz, de carência mesmo.

É hoje, a 2a paixão de minha vida, sem dúvidas: 1o: familia+amigos(as), 2o: bart, 3o: servico. Ele sabe quando eu to querendo ficar quieto só fazendo carinho nele, e sabe quando eu quero brincar. Pra ele uma bola furada já basta pra ficar feliz, não precisa de cerveja nem de nada mais caro.

Enfim, pra quem não tem cachorro e gosta de um, eu aconselho infinito. A Bárbara, dona do tsha tsha balalo, me aconselhou, e não me arrependo. O carinho incondicional e a alegria que um cão te dá, e que ele tem quando te vê, é uma coisa inacreditável.


Enfim, é isso. Uma foto dele abaixo acima.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

GALO

Calendário 2011 do Atleticano:
 
JANEIRO
 = Empolgação, galo vai ganhar tudo. 
 
FEVEREIRO = O time vai entrosar, calma. 
 
MARÇO
 = Time tá tropeçando no rural, mas goleando na copa do Brasil 
 
ABRIL/MAIO
 = Eliminação na copa do Brasil e sapecada no rural. Secar o Cruzeiro= esporte favorito. 
 
JUNHO/JULHO/AGOSTO
 = SOFRIMENTO. 
 
SETEMBRO
 = Redução nos preços de ingressos para a torcida não abandonar totalmente = 5 reais preço único em todos os setores e eles acham que é a maior torcida de Minas (OS ILUDIDOS). 
 
OUTUBRO
 = Eliminação na SURRAmericana. 
 
NOVEMBRO
 = Só chororô... 
 
DEZEMBRO
 = Galo vai ganhar tudo em 2012.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

KYUSS

Oi, jóia?

Deu na telha de falar sobre bandas e música. Talvez já inspirado no futuro programa de rádio em Florestal, Rock na Floresta, a ser (se Deus quiser) apresentado por Leozim e Eduardim. Uma outra banda que tenho ouvido bastante nos últimos tempos é KYUSS. Formada no final da década de 80 pelo então ainda adolescente Josh Homme e seus coleguinhas, entre eles o Nick Olivieri que foi preso por tocar nu no RiR2001, é uma banda de stoner rock dos EUA. Inspirada em Melvins e surgindo na cena grunge, ela é totalmente diferente dos grunges. Pegada rápida, bateria uniforme, vocal esganiçado (tá, isso ia de encontro ao Kurt, mas era beeem diferente), guitarra distorcida, riffs fenomenais, solos bacanas e baixo bem pronunciado, a banda teve alguns discos muito bacanas e delas surgiram o Queens of the Stone age, o Desert Sessions, o Mondo generator, dentre outras.

Quem quiser ler mais: http://pt.wikipedia.org/wiki/Kyuss

Um exemplo: http://www.youtube.com/watch?v=INMfbJfmqzg

Abraço,

Leo

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Explosions in the sky

Oi. Joia?

Muito tempo que não escrevo nesta merda de blog, então vou falar de coisa boa: MÚSICA.

Há muito tempo atrás um amigo meu com excelente gosto musical, Xubaka, me indicou uma banda de rock instrumental: Explosions in the Sky. Comecei a ouvir, admito com certo preconceito. Mas, à medida que você vai ouvindo vai ficando hipnotizado com o estilo de guitarra que a banda utiliza. Em especial, eu fico bastante ligado na bateria da banda.

Formada em 99, a banda já tem 6 discos se não me engano. Aconselho demais o "All of a sudden I miss everyone" e o último "Take care, take care, take care". O "All of..." é excelente... musicas extremamente bem trabalhadas, e todas com um clímax MUITO bom no meio da música. começam lentinhas, e depois o pau quebra. Tudo instrumental. Abaixo a que eu mais curto deste disco.

Uma banda brazuca que segue um estilo instrumental/post rock, assim como o Explosions... é a MACACO BONG, de Mato Grosso. Ótima banda, que acabei perdendo um show em BH, que faz uma sonzeira instrumental tanto quanto, QUIÇÁ MELHOR, que o explosions. Aconselho idem. Falei mais do EitS pois estou na onda do último disco.

Vale a menção para o rock alternativo atual brasileiro: a despeito das bandas danoninho como as merdas do restart, nx-zero e demais babaquices, temos uma cena alternativa excelente. E Macaco Bong é top 2 da minha lista: Black Drawing Chalks, depois Macaco Bong.

O bacana do Macaco Bong: discos para baixar "de grátis" na Trama vistual. Google it, lazy mother fucker.

Explosions: http://www.youtube.com/watch?v=IE2EfKoGcmA

Macaco: http://www.youtube.com/watch?v=hkE3EXBNemM

Abraço,

Leo