domingo, 10 de abril de 2011

Violência e educação

Oi. Jóia?

Brasil:

Dezembro 2010:
- um professor é morto por seu estudante dentro da faculdade.
2011:
- professora é assaltada à mão armada na QUI/UFMG;
- sala de xerox da FARM/UFMG é assaltada também;
- estudantes de doutorado da FIS/UFMG são assaltados à mão armada dentro do ICEx/UFMG;
- professora é ameaçada de morte no ES e outra no sul do Brasil;
- 11 estudantes adolescentes são mortos, friamente, numa escola do RJ.

Enfim, casos de violência dentro de instituições de ensino estão acontecendo no brasil de forma crescente. Óbvio que isso me preocupa, sou professor, mas qual o impacto social disto, ou seja, de violência tamanha estar chegando à instituições de ensino?

Não vou aqui ficar tecendo teorias estúpidas e sem sentido da personalidade de um doido (pronto, acabou o assunto) lá do RJ, se ele era HIV+, se era homo, se era islã ou a PQP. Isto não importa pra mim, o que importa é que 11 "brasileirinhos e brasileirinhas" perderam sua vida esta semana de maneira estúpida.

O que eu quero questionar é (a pergunta custa a chegar, aguarde... vou contextualizá-la): violência existe, sempre existiu e sempre vai existir. Nós, "cidadãos normais, estudados e intelectualizados", normalmente tentamos passar longe de favelas e ambientes onde a violência está e existe. Para isto fazemos (vc pode até pensar que não, mas é fato) um exercício de cinismo e indiferença gigantesco. Sim, a parcela estudada, a tal da classe média, é cínica, hipócrita e indiferente. Agora a pergunta: qual o impacto social quando esta violência começa a efetivamente chegar em instituições de ensino?

Não tenho resposta pra isso, nem almejo ter,mas na minha cabeça quando isto acontece o assunto toma outro rumo, e é esta questão que quero plantar na cabeça de quem lê isto. Escola é lugar de ensinar, não de colocar medo. Crianças e adultos devem ir às escolas para aprender (no sentido mais amplo da palavra), não para "cumprir tabela", ficar com medo, e voltar pra casa. Medidas imediatas devem ser tomadas, e serão. Não apoio o uso de detector de metais em escolas, talvez uma melhor identificação baste. Não sei, ando pensando muito nisto.

O que nós, professores, estudantes, funcionários, cidadãos, brasileiros, podemos fazer para tentar melhorar este cenário triste? Esta resposta eu tenho: temos que continuar trabalhando, não gerando medo, não produzindo robôs, produzindo sim cabeças pensantes que saibam identificar e resolver problemas (nem falo de física, que são nossos menores problemas). Agora é a hora que cada professor(a) e cada estudante deve ensinar e aprender, uns com os outros.

Enfim, semana passada foi triste. Fiquei bem triste com os acontecidos. Lutarei até o fim de minha carreira para que minha sala de aula, e minha instituição, seja um ambiente crítico, democrático e pacífico.

Abraço, paz.

Leo

Ps.: não quero com este post responder nada, só quero pensar e colocar meus pensamentos para todo mundo ver. Não sei porque estão acontecendo tantos casos em escolas brasileiras. Não sei, mesmo. Só quero questionar, pensar, e continuar trabalhando pra fazer essa merda melhorar.

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