domingo, 30 de junho de 2019

1=3

Oi, joia?

Esses dias reli alguns contos do Ted Chiang, autor de "História de sua vida e outros contos". Por sinal, aconselho a leitura dos contos dele, que são de ficção científica (talvez?), mas principalmente pelos personagens psicologicamente bem construídos. Para quem quiser "ver" uma história do Ted Chiang, fica a dica do filme "A chegada" (que inclusive, já vi umas 5 vezes). Felomenal!

Mas e o que isso tem a ver com o título desse post, 1 = 3? Bom, tem um conto do Chiang onde ele constrói lindamente uma história de uma mulher pesquisadora em matemática que consegue demonstrar que a própria teoria matemática é inconsistente, tornando a Matemática "meramente empírica". E o título desse conto é "Divisão por zero". E lendo esse texto, refleti sobre um momento especial de minha vida. O momento presente.

Até uns anos atrás eu era um. Desde os 15 que moro "sozinho", e sempre fui bem independente e talvez um pouco solitário (pra não dizer "egoísta"), apesar de que nem sempre eu estava sozinho. Também já fui mais que um, já fui vários. Na minha família sempre fomos no mínimo 5, e a esses 5 foram adicionados sobrinhos, cunhados, primos/as e agregados. Na República Diagonal já fui mais de 10, contando inclusive com Elke Maravilha, e esse número tem aumentado com o tempo. Na Física nunca fui menos que dois, ao menos uma Carolina Nemes e amigos/as eram somados a mim. Mas de toda forma *eu* era um.

Em 2014 esse 1 virou 2. Oficializei um sentimento que só vim a conhecer de verdade em 2012. Jéssica me fez ser mais, me fez ser melhor. Vivemos como 1, trabalhamos como 1, nos respeitamos como 1.

Em 2018 esse 1 = 2 iniciou sua trajetória para se tornar 3. Vários pensamentos, várias alegrias e alguns medos passam pela nossa cabeça. O caminho de pré-natais, ultrassons, roupinhas, berços, carrinhos, etc. Este Baby, que ainda está (para nós) na superposição |Eva>+|Benjamin>, já está me mostrando um tipo de sentimento que nunca senti. Nunca experimentei algo tão forte, por alguém que inclusive nem fui apresentado ainda.

Lembro-me do 2º ultrassom (o 1º foi bem ruim). Lembro-me de você remexendo, com 7 milímetros de tamanho!!! Lembro-me de seus bracinhos, ainda em formação, sacudindo e "batendo uma palminha". Lembro-me da barriga crescendo, da primeira "cutucada" que eu senti, dos enjoos de sua mãe no início da gestação, da primeira vez que vi parte de seu rostinho no ultrassom, em sua bocona abrindo e fechando no último ultrassom. Lembro-me de chegar em casa e conversar com a barriga, pois sei que você ouve e sente isso tudo. Se Deus quiser, teremos muito a viver, para termos muito a nos lembrar, juntos!

Temos alguns medos, o desconhecido nos amedronta. Tenho medo se vou conseguir ser um bom pai, medo do que vou te ensinar, e também medo do tanto que vou aprender com você. Talvez esses "medos" sejam mais ansiedade do futuro, esse desassossego do que ainda não conhecemos.

Mas principalmente sinto uma enorme alegria. Um sentimento que não sei descrever, e não sei se algum dia conseguirei descrever. Uma alegria imensa do que vou te ensinar, e do tanto que vou aprender com você. Sinto alegria pelo futuro que você nos dará.

Benjeva está para chegar, que seja bem vindo/a. "With arms wide open, under the sunlight, welcome to this place, I'll show you everything..."

Que tenhamos saúde, coragem e paciência para construir uma família bacana, e um mundo melhor. Obrigado, Jéssica e Baby.

Em breve nos conheceremos, Baby. Em breve seremos 3.

1=3