Opa, bao?
Galera da minha turma, fisica/2000 da UFV, esta trocando e-mails, pra saber como esta todo mundo. Ja sao 5 anos que formamos e tal, e a saudade bate sempre! Dai o Marcelo Cabeca Dinossauro manda isso. Bacana demais!
Bjo
"Fala pessoal,
O tempo tem funcionado como combustível. Qualquer carência nossa age como uma faísca que provoca a ignição da chama de tudo que vivemos juntos. Poucos têm ou terão a oportunidade de vivenciar isso, de ter na mente a lembrança límpida dos momentos que vivemos. Mas por quê? Foram todos tão prosaicos! Ninguém de nós ficou rico na UFV. Ninguém de nós tinha tudo o que queria. Não bebemos as melhores bebidas, não fizemos as melhores refeições. Na verdade, nem tivemos tanto tempo para fazer tudo o que queríamos. Por que, então, lembramos de nosso tempo na UFV com tanto carinho, com tanta afetividade? A caminhada pelo campus é sempre um resumo de minha vida acadêmica e sentimental. Todas as angústias, as felicidades, as conquistas, as quedas, as desilusões, enfim, toda sorte de acontecimentos estão gravados nas esquinas, nas árvores, nos prédios daquela bendita Universidade. Para mim, a UFV é como um lugar "sagrado" de peregrinação. Sempre me reabasteço lá.
Uns dias atrás fiz questão de juntar alguns livros velhos para doar para UFV. Foi a desculpa mais convincente para disfarçar o que eu mais queria: passear pelo campus e reavivar os momentos mais importantes de minha vida. A intensidade das recordações sempre me surpreende. Cada canto daquela reta (desculpem-me os matemáticos!!!) reforça em mim, uma sensação. Dessa última vez fiz questão de passar no DCE, comprar um pão de queijo, uma Coquinha e doar metade do meu salgado para os cachorrinhos famintos. Lembrei-me, imediatamente de vocês, os amigos famintos de outrora, que se indignavam com minha compaixão com os caninos e minha indiferença com os desnutridos alunos do curso de física. Ficam aqui, minhas sinceras desculpas!!!
Muitos dos que lerem estas linhas podem pensar: olha só, mais um sentimentalóide ridículo!!! Mas isso nao é verdade. Mesmo num grupo restrito como o nosso, existiam pessoas de toda espécie: céticos, crentes, românticos, ásperos, doidos e sãos, mas tenho certeza de que todos vocês sentem a mesma saudade que sinto e a mesma vontade de reviver aqueles instantes. Não é sentimentalismo barato! É sinceridade, afeto e saudade! Não tínhamos praticamente nada: quartos vazios, geladeiras vazias, bolsos vazios, guarda-roupas vazios, solas de sapato e roupas com espaços vazios. Algumas vezes até nossa auto-estima estava vazia. Por que nossas lembranças são sempre tão agradáveis e apaziguantes? Porque nossas vidas estavam repletas de afeto sincero, de amizade pura e isso, não se consegue facilmente e não há tempo que apague.
Desejo, do fundo do meu peito, que eu envelheça lembrando de todos vocês, por que isso me torna mais jovem e me faz crer que, de fato, não precisamos do que é material para ser verdadeiramente feliz.
Acho que terminei bem meu texto. Usei um clichê e ficou bem ridículo. Como "todas as cartas de amor são ridículas" e estas linhas confidenciam meu amor fraterno por vocês, tenho certeza que cumpri minha missão.
Um abraço a todos,
Marcelo, O Cabeça de Júpiter que fez Relatividade Geral."
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