Depois vou juntar os textos em links... mas, tai. Escrevi rapido, no busao. E com preguica. Falous.
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Paulo continuou a reclamar, olhando para a neblina densa que os cercava, e assim Marcos começou a conversar com Paula, notando que na parte de trás do ônibus um murmurinho também começou.
- Ola, pessoal ta nervoso, não?
- É. Mas também pudera, a viagem não está simples. Acordei, eu e meu menino, há pouco. O Paulo está bem nervoso mesmo, queria chegar rápido, mas... fazer o que não é mesmo? Eu não estou me sentindo nervosa, mas uma ansiedade estranha, isso sim. Neblina estranha.
- Então você conhece o colega ali do lado?
- Sim, é o pai do meu filho.
- Hum, casados há muito?
- Casados há muito?
- Casados sim, separados há pouco.
- Mil perdoes, não poderia saber disso.
- Não se preocupe, continuamos bem, é bom pro moleque.
O moleque continuava prestando atenção em tudo e em todos. Mais ou menos no mesmo instante que Marcos e Paula começaram esta simpática conversa, o casal de idosos também iniciava um dialogo entre eles, e tentaram conversar com Lívia e o doente.
- Maria, cochilei, como você esta?
- Bem! Também cochilei. Tempo feio la fora não é?
- Sim, sim! Neblina forte. Você não acha moça?
- Uhum!
- Você lembra nossa filha!!! Como você se chama?
- Lívia...
- Prazer, sou o José, essa é minha esposa Maria. Não parece com a Carla, Maria?
- É mesmo. Parece muito. Até o jeitão marrento. Disse a senhora com os olhos afogados em lagrimas.
- Mas vocês moram juntos? Quer dizer, o Paulo esta indo trabalhar noutra cidade... como vocês estão no mesmo ônibus, mal lhe pergunte?
- Nos encontramos sem querer na rodoviária, estou indo visitar uma amiga, que pediu pra eu levar o moleque pra ela conhecer. Amiga da época de escola, muito legal! E você, esta viajando a trabalho também?
- Não, na verdade vou ver uma amiga. E desconversou.
- Não ligue para minha esposa, ela fica emotiva. A Carla faleceu há um tempo. Quando comentei que você parece com ela até arrependi. Mas a verdade é que realmente parece.
- Que pena, meus sentimentos por vocês.
Todos iremos morrer, pensou friamente o doente no final do ônibus. Ainda calado, mas atento.
Lívia se simpatizou pelo casal, talvez por eles também lembrarem seus pais. Este foi um bom momento para nosso primeiro pronome, visto que ela nem se lembrava dos rostos dos pais desde que saiu de casa, um tanto por vontade própria, outro tanto por ter sido expulsa.
- Mas vocês vão pra onde mesmo?
- Estamos indo passear, dizem que nas redondezas da cidade existe um SPA para pessoas da ‘melhor idade’. Brincou José.
- Sim, existe sim. Já ouvi falar e dizem que é muito bom. E não só para a 3ª idade!! Disse Lívia, mostrando o sorriso lindo que poucas vezes estampava sua face.
- Quem bom, estamos precisando de um descanso. E de repente um tempo para namorar. Ai! A expressão, seguida de uma piscadela para Lívia que a fez também ficar com olhos marejados, foi devido ao tapa que José levou da esposa pelo flerte publico que ela tinha recebido.
- Você conhece bem nosso destino? Quero dizer, a cidade, as pessoas, os lugares?
- Não. Respondeu Paula, achando estranha a vergonha que Marcos sentiu de sua pergunta anterior. Na verdade é a primeira vez que vou a esta cidade. Mas dizem que é bem legal. Espero que o moleque goste.
- Sim sim, a cidade é bela. Acho que vocês dois vão gostar. Especialmente você campeão!! E coçou a cabeça do menino, que a principio não gostou. Muito menos Paulo.
- Também não conheço, nem sabia que a Paula e meu filho iriam. Agora vou arrumar um tempo para ir a algum parque com o garoto e brincar com ele, já que a mãe não deixa em nossa cidade.
- Não é assim Paulo, você sabe.
Enquanto isso o garoto observava. Olhos de lince, ouvidos de morcego, cérebro de gênio. Ele começava a captar a mensagem do ônibus.
Os assuntos prosseguiram. As pessoas mudando, sem deixar de serem as mesmas. Se abrindo umas para as outras. Em breve saberemos um pouco, um resumo, do que cada um destes oito passageiros passou em sua breve estada nesta viagem.