Visão MINHA sobre o que rolou sobre isso tudo de greve!
E aí, o ANDES sinalizou pelo fim da greve, haverá assembleia em Viçosa, e dia 24 a aula deve voltar (coloco o "deve" pq ainda temos que aguardar a assembleia e o calendário, mas é 99,9% de certeza). E agora, quem poderá nos defender?
O que aconteceu nessa greve?
No início eu fui um dos que mais apoiei o movimento, tanto dos profs quanto dos estudantes (por exemplo isso que escrevi dia 18 de maio, ildiagonale.blogspot.com.br/2012/05/reflexoes-sobre-greve-das-ifes.html). Achei de verdade que com essa greve poderíamos resolver parte dos problemas de infraestrutura que nós (e outros Campus) temos. Mas, com o decorrer da greve notei que sempre foi uma briga por carreira, que nosso problema de infraestrutura é mais um problema interno do que com o MEC (nosso caso com nosso Campus e com Viçosa).
Vários disseram que o governo foi intransigente, e isso é verdade. Porém, o sindicato também foi MUITO intransigente. Houve tentativa de flexibilização da proposta do sindicato somente depois de 2 meses de greve. A greve se tornou uma briga partidária, entre os dois sindicatos, ANDES e PROIFES, e o governo. Uma briga feia e mesquinha entre partidos políticos.
O que os profs ganharam?
- Um aumento que repõe a inflação, em 3 vezes até 2015 (há reposição salarial sim, quem fala que não há nunca tentou fazer as contas de forma imparcial).
- Uma carreira que retirou algumas barreiras de titulação, que colocou alguns critérios obscuros do MEC, etc.
- E mais nada.
O que os estudantes ganharam?
- Nada.
Essa greve mostrou muita coisa pra mim, principalmente que não posso (nem quero) confiar em sindicato e líderes sindicais (consertando: em líderes sindicais da ASPUV), que não posso confiar no governo, nem na mídia. Tá difícil, mas é assim.
As aulas vão voltar, o calendário vai ficar apertado, e vamos continuar lutando. Minha luta hoje é outra: luto pelo fim da greve da hipocrisia (como foi essa), e se depender de mim meu Campus não entra em greve mais. Tenho a certeza ABSOLUTA que mobilizo e faço muito mais dentro de sala do que em greve.
E principalmente vou lutar SEMPRE pela melhoria das condições de trabalho de meu Campus, mas vou fazer isso trabalhando, e não em greve. Vou continuar mobilizando os estudantes pra procurar o melhor pra eles.
Enfim... essa greve me mostrou o tanto que fui ingênuo ao acreditar que um movimento sindical iria de fato lutar pela educação.
Abraço,
leo
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