sexta-feira, 18 de maio de 2012

Reflexões sobre a greve das IFES

Oi. Joia?

Essa semana foi agitada, com paralisação e deflagração de greve por mais da metade das IFES (instituição de ensino superior) do Brasil.

Os motivos podem ser resumidos em 4 principais:
-reajuste salarial;
- incorporação das gratificações no vencimento básico;
- unificação/equiparação das carreiras EBTT (ensino básico, técnico e tecnológico) e MS (magistério superior);
- reestruturação da educação superior no Brasil, com estruturação física e humana dos Campi.

Os primeiros 3 pontos são pontos de carreira docente, que influenciam nos rumos do ensino superior do Brasil, diretamente. A valorização dos docentes no Brasil é baixa, principalmente do docente básico estadual e municipal, que na minha opinião deveriam ser vistos como bandeira pelo magistério superior. O profissional sendo valorizado, trabalhará com mais motivação. Tanto motivação salarial, quanto de progressão na carreira (que são as reivindicações dos 3 primeiros pontos).

O 4o ponto é um ponto ideológico. Já me convenceram que com uma greve não conseguiremos imediatamente a estruturação tão desejada. Então o que fazer? Podemos, por exemplo:
- exigir uma promessa do aumento da porcentagem do orçamento de 2013 para a Educação.
- exigir uma proposta de REUNI 2 (a missão?), para consolidação dos Campi criados com o módulo 1 desse filme. (Dizem que o segundo filme não será lançado tão cedo...)
- propor ao governo investimentos em salas de aula e contratação de docentes e técnicos para suprir nossa atual demanda.

Mas, na minha modestíssima opinião, o que devemos fazer é o seguinte:
- jogar na cara da sociedade a situação atual, de inchaço das turmas, da falta de estrutura física que temos (não há laboratórios, não há livros, não há papel higiênico, não há calçada, etc), da falta de recursos humanos (não há professores suficientes, não há técnicos suficientes, etc). Este quarto ponto, ideológico, só terá força com a ajuda da população. Os 3 primeiros pontos são do sindicato;
- assumir que fizemos um programa de REUNI péssimo. Pensamos antes na $$$ que viria, e depois nas consequências do programa. Não pensamos em quanto seria efetivamente gasto, e subfaturamos (estranho isso com sub de prefixo) o orçamento necessário. Subfaturamos a quantidade de docentes e técnicos que seria necessária.
- pensar seriamente no futuro da educação no Brasil. Somos, sim, a nata intelectual da nação. Pensadores, mestres e doutores que foram treinados no estado da arte de qualquer área do conhecimento. Temos a capacidade de ampliar o leque de nossa mente e pensar racionalmente em vários setores. Temos o DEVER de pensar e procurar soluções (no plural) para o que está por vir. Devemos pensar se o REUNI foi bem vindo, e se as metas do mesmo são efetivamente alcançáveis, ou se serão algum dia se exigirmos QUALIDADE na educação. Devemos pensar nos critérios da CAPES com relação à pesquisa, se a quantidade em detrimento da qualidade é bem vindo agora (eu acredito que em anos passados sim, aumentar a quantidade "sem se preocupar com qualidade" do trabalho, foi um tanto quanto importante). Devemos melhorar o contato contemporâneo entre Universidade e Sociedade, hoje inexistente em muitos casos.

Devemos pensar nisso tudo e frear, realmente, um avanço se ele for maléfico pra qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão.

Concluindo: devemos pensar, e tentar propor soluções pra tentar melhorar a educação superior do Brasil, melhorar as licenciaturas, valorizar as licenciaturas, os profissionais e as áreas de humanas para tentar "produzir" professores capazes de ensinar com qualidade. Procurar e propor soluções pra melhorar a educação no Brasil. Podemos fazer isso sim, se o governo e o MEC vai escutar, não sei, mas podemos fazer a sociedade escutar. A internet tá aí pra isso.

Enfim... fica a dica: pense.

Abraço,

L

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